viernes, 11 de noviembre de 2005

Desejos vãos

Hace unos cuantos días la descubrí en la radio. Nunca habío oído nada suyo. Me puso muy contento. Hasta que fui a dar con ella (y con otra, Cristina Branco, de la que ya hablaremos...)

Porque así como otros tendrán sus cosas, yo tengo las mías. Y el Fado es una.

Mariza.

Mulata, casi, de abuela negra. Y una voz algo más desgarrada que fadista, creo. Pero espléndida.

De los 14 que trae en Transparente, su obra de este año, me gustan todos, unos muchísimo.

Son muy aromados, por ejemplo: Desejos vãos, Medo (dedicado a Amalia Rodrigues), Fado Portugues de nós (lo primero suyo que oí), Há uma música do Povo o Meu fado Meu, por ejemplo.

Pero hay dos o tres que suenan particularmente bien.
Toada do desengano

(Vasco Gra
ça Moura/Franklin Godinho)
'Fado Franklin de sextilhas'

Este amor, este meu fado,
Tão vivido e magoado
Entre o sim e o todavia,
Este amor desgovernado,
Marcado a fogo e calcado
Em funda melancolia.

Este amor dilacerado,
Este amor que noite e dia
Me arrebata e me agonia,
Este amor desenganado,
De saudades macerado,
A encher-me a vida vazia.

Este amor alucinado,
Este amor que desvaría
Entre o luto e a alegría,
Sendo assim desencontrado
Meu amor desesperado,
Que outro amor eu cantaria?

Y este otro, solamente acompañado con cello.
Duas Lágrimas de Orvalho

(DR/Pedro Rodrigues)
'Fado Pedro Rodrigues'

à a
rte, à genialidade e à amizade de Carlos do Carmo

Duas lágrimas de orvalho
Caíram nas minhas mãos
Quando te afaguei o rosto,
Pobre de mim, pouco valho
P'ra te acudir na desgraça,
P'ra te valer no desgosto.

Porque choras não me dizes,
Não é preciso dizê-lo,
Não dizes, eu adivinho:
Os amantes infelizes
Deveriam ter coragem
Para mudar de caminho.

P'lo amor damos a alma,
Damos corpo, damos tudo,
Até cansarnos na jornada.
Mas quando a vida se acaba,
O que era amor é saudade
E a vida já não é nada.

Se estás a tempo, recua,
Amordaça o coraçao,
Mata o passado e sorri.
Mas se não estás, continua.

Disse-me isto minha mãe
Ao ver-me chorar por ti.
Pues.

Qué puedo decir.

No se puede ser polígamo en nada, ya lo sé.

Es un desejo vão.

Claro.

Pero si se pudiera ser polígamo en música, por caso, me doy perfecta cuenta de que hace rato sería polígamo de fadistas portuguesas.